sábado, 12 de fevereiro de 2011

SEM SENTIDO, MAS PRA VC!

Porque quando você chegar eu quero usar o meu melhor vestido. E eu quero que você me olhe e que perceba que boa parte de tudo que tenho feito é por você. E eu não quero que você se assuste... e bem lá dentro de mim eu não quero saber nada disso, porque senão quem se assusta sou eu.

E eu não importo se tá tudo errado, porque eu não quero juízos, sabe? E tbém não quero ninguém...
E porque minha vida é boa assim, mas sei lá, parece que eu sinto falta. Eu sinto falta de você... sem a gente nunca ter vivido coisa alguma. E é estranho.
E a minha mente me diz que eu não tenho idade pra isso, mas o corpo, quando eu fecho os olhos, sente falta é de você... e não tem nada a ver, eu me digo em sequência, mas sou tomada pelo tesão que eu nunca nem mesmo imaginei acontecer.
É madrugada, eu quero me despir do meu melhor vestido. E quero minha boca na sua boca e quero sentir o seu abraço. E isso me faz sentir estúpida e tola. Mas eu nem ligo.
Eu nem ligo. Eu tenho medo de quê?

Às vezes eu paro e penso se cada história dolorosa q eu vivi na minha vida não foi meio q uma preparação pra que eu encontrasse você... e aí eu penso "claro q não, essa expectativa é só sua...". Mas eu não importo. Os sentimentos são meus, mas hoje eles são seus. Eles são seus... e eu odeio essa sensação de vulnerabilidade que isso tudo me traz. E eu me pergunto se não invento. Às vezes eu tenho certeza de que invento. Mas sigo.

E porque essa noite tinha uma dezena de pessoas e eu não queria ninguém. E porque na outra noite tinha outra dezena de pessoas e eu também não queria ninguém. E porque eu penso que te pus num pedestal tão alto que ninguém alcança... então te desço.

Eu não sei o que eu sinto. Mas eu sinto falta. Sinto. E invento? Sinto. Ventanias. E deliciosamente, sem qualquer controle, (enlou)cresço.

Um comentário:

Anônimo disse...

SAUDADE DOI

Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua,
dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.

Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor,
Ou quando alguém ou algo não deixa que esse amor siga,
Ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania
de estar sempre ocupada;
se ele tem assistido às aulas de inglês,
se aprendeu a entrar na Internet
e encontrar a página do Diário Oficial;
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros;
se ele continua preferindo Malzebier;
se ela continua preferindo suco;
se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados;
se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor;
se ele continua cantando tão bem;
se ela continua detestando o MC Donald's;
se ele continua amando;
se ela continua a chorar até nas comédias.

Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos;
não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;
não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer;

Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você,
provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...

(...)